São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul foram identificados como as economias mais inovadoras do Brasil, segundo a primeira edição do Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento (IBID), divulgada nesta segunda-feira (5) pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O IBID avalia a inovação e o desenvolvimento regional com base em uma escala que vai de 0 a 1, utilizando 74 indicadores distribuídos em sete pilares: instituições, capital humano, infraestrutura, economia, negócios, conhecimento e tecnologia, e economia criativa.
São Paulo se destacou como o líder nacional, alcançando um impressionante índice de 0,891. Em segundo lugar, está Santa Catarina, com 0,415; seguido por Paraná (0,406), Rio de Janeiro (0,402) e Rio Grande do Sul (0,401). A média nacional foi de 0,291. Este ranking reflete a forte concentração de inovação nas regiões Sudeste e Sul, com sete dos oito primeiros colocados sendo estados dessas regiões.
O IBID foi desenvolvido com base na metodologia do Índice Global de Inovação (IGI), da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), e é o sexto índice nacional criado a partir dessa metodologia. Outros países que possuem índices próprios são a União Europeia, China, Índia, Colômbia e Vietnã. O IGI, publicado desde 2007, classifica 132 países e, na edição mais recente, o Brasil alcançou a 49ª posição no ranking mundial e a primeira na América Latina e Caribe.
Rodrigo Ventura, economista-chefe do INPI, explicou que o IBID preenche uma lacuna importante no sistema estatístico nacional, fornecendo um retrato regional da inovação no Brasil. “O objetivo do IBID é oferecer uma visão detalhada da realidade inovadora do país, refletindo a diversidade territorial e econômica”, afirmou Ventura. Ele destacou que a inovação deve ser socialmente inclusiva, ambientalmente sustentável e territorialmente integrada.
O estudo revela desigualdades notáveis nas capacidades de inovação entre as regiões do Brasil. Enquanto as regiões Sudeste e Sul concentram a maior parte da inovação, com São Paulo liderando o ranking, as regiões Norte e Nordeste ficam na parte inferior do ranking, com os últimos 15 lugares ocupados por estados dessas regiões. No entanto, economias nordestinas como Maranhão, Paraíba e Ceará surpreenderam ao mostrar desempenhos em inovação acima do esperado para seu nível de desenvolvimento econômico.
Por outro lado, estados como Alagoas, Espírito Santo e vários estados da Região Norte apresentaram resultados abaixo do esperado. O estudo indica que, apesar dessas disparidades, há oportunidades para aprender com os exemplos positivos e adaptar práticas bem-sucedidas a diferentes contextos regionais.
O IBID também aponta que a inovação é essencial para o progresso econômico e a competitividade, independentemente do nível de renda de uma região. O instituto pretende que os dados do IBID ajudem a identificar práticas que possam ser replicadas e adaptar soluções inovadoras às necessidades específicas de cada estado e região.
Com esta nova ferramenta, o Brasil ganha um recurso valioso para entender e promover a inovação de maneira mais eficaz, contribuindo para um desenvolvimento mais equilibrado e inclusivo em todo o país.