Antônio Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento, e ex-deputado federal, faleceu na madrugada desta segunda-feira aos 96 anos. O renomado economista estava internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, devido a complicações de saúde. O enterro será restrito à família e não haverá velório aberto ao público.
Delfim Netto foi uma figura central na economia brasileira, especialmente durante o regime militar dos anos 1960 e 1970. Atuando nos governos dos generais Costa e Silva, Emílio Garrastazu Médici e João Baptista Figueiredo, ele foi responsável por implementar políticas que ficaram conhecidas como o “milagre econômico”, período em que o Brasil experimentou um crescimento econômico acelerado. Sob sua gestão, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 85% e a renda per capita aumentou 62% entre 1967 e 1973.
O ex-ministro era conhecido por seu papel controverso no cenário político e econômico do Brasil. Ele esteve presente no histórico dia 13 de dezembro de 1968, quando o Ato Institucional nº 5 foi decretado, consolidando o poder do regime militar e suspendendo liberdades civis. Delfim também foi um dos principais arquitetos das políticas que levaram à crise da dívida externa brasileira e à hiperinflação nos anos seguintes.
Apesar de seu papel na ditadura, Delfim Netto continuou a influenciar o debate econômico ao longo das décadas. Ele manteve-se ativo mesmo em seus 90 anos, escrevendo artigos acadêmicos e participando de debates sobre economia, sempre com seu estilo inconfundível e profundo conhecimento.
Nascido no bairro do Cambuci, em São Paulo, Delfim era neto de imigrantes italianos e cresceu em um ambiente modesto. Com uma formação inicial em contabilidade e economia pela USP, ele rapidamente se destacou como um pensador e economista influente, moldando o panorama econômico brasileiro com suas políticas e suas ideias.
Delfim Netto também teve uma carreira política de destaque após a ditadura, servindo como deputado federal por cinco mandatos e participando da Constituinte. Seu papel foi controverso, criticando e, por vezes, apoiando políticas dos presidentes que se sucederam, incluindo o Plano Real, o qual inicialmente criticou mas posteriormente reconheceu como importante.
Sua trajetória, marcada por um poder econômico sem precedentes e uma influência política significativa, continua a ser estudada e debatida. A sua vida e legado são reflexos de uma era complexa e turbulenta na história do Brasil, onde ele foi tanto um protagonista quanto um observador crítico das mudanças econômicas e políticas do país.
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