Nesta sexta-feira, 2, o dólar apresentou uma valorização em relação ao real, acompanhando uma tendência de alta observada em moedas de mercados emergentes, como o peso mexicano, o rublo e a lira turca. O aumento da moeda americana reflete um sentimento persistente de aversão ao risco nos mercados financeiros, enquanto o iene japonês também se fortalece, sustentando a alta do dólar.
Os investidores estão focados nas expectativas para a publicação dos dados do mercado de trabalho dos EUA, o payroll, que será divulgado no início da próxima semana. Este relatório é um indicador crucial para o Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, na definição de sua política monetária.
A previsão para o payroll de julho sugere uma possível terceira desaceleração consecutiva no crescimento do emprego, o que pode aumentar os temores de uma recessão nos EUA e elevar as chances de um corte de juros de 50 pontos-base na reunião do Fed em setembro. Por outro lado, se os dados forem mais fortes do que o esperado, a probabilidade de um corte menor, de 25 pontos-base, pode aumentar, em meio a sinais de desaceleração da inflação e preocupações com a recessão econômica.
No Reino Unido, o economista-chefe do Banco da Inglaterra (BoE), Huw Pill, afirmou que “não devemos prometer que juros cairão mais no curto prazo”, após o BoE ter reduzido os juros para 5% em uma decisão apertada. Pill enfatizou que futuras decisões dependerão de novos dados econômicos.
No Brasil, os mercados estão repercutindo positivamente os dados de produção industrial de junho, que mostraram um crescimento de 4,10% em relação a maio, superando as expectativas do mercado. Em comparação com junho de 2023, a produção aumentou 3,20%, e no acumulado do ano, a alta foi de 2,60%. O acumulado em 12 meses registrou um crescimento de 1,50%, ligeiramente acima do avanço de 1,30% observado até maio.
Além disso, o Banco Central brasileiro atualizou as regras para reuniões entre seus diretores e instituições financeiras. A nova regra estabelece um intervalo de 60 dias, ou dois ciclos do Comitê de Política Monetária (Copom), entre audiências com as mesmas instituições, substituindo o prazo anterior de 30 dias.
Às 9h18, o dólar à vista subia 0,56%, cotado a R$ 5,7671, após ter fechado na quinta-feira no maior valor desde dezembro de 2021, a R$ 5,7350. O dólar para setembro avançava 0,23%, sendo negociado a R$ 5,7835. A taxa de juro da T-note de 10 anos recuava para 3,933%, em comparação aos 3,987% registrados anteriormente.