O ex-presidente da França, Nicolas Sarkozy, foi preso nesta terça-feira (21/10) e levado à penitenciária de segurança máxima de La Santé, em Paris, para cumprir pena de cinco anos de prisão, após ser condenado por associação criminosa e recebimento ilegal de recursos supostamente provenientes do regime do ditador líbio Muammar Kadhafi.
De acordo com a imprensa francesa, Sarkozy chegou à prisão por volta das 4h35 (horário de Brasília), acompanhado da esposa, Carla Bruni, modelo e cantora. A Justiça concluiu que o ex-presidente teria utilizado dinheiro da Líbia para financiar sua campanha eleitoral de 2007, que o levou ao comando da França.
Com a decisão, Sarkozy se torna o primeiro ex-chefe de Estado francês a ser encarcerado desde o marechal Philippe Pétain, colaborador do regime nazista durante a Segunda Guerra Mundial.
Em comunicado divulgado momentos antes de sua prisão, o político negou todas as acusações e classificou o caso como um “escândalo judicial”:
“Não é um ex-presidente da República que está sendo preso esta manhã — é um inocente”, afirmou Sarkozy.
O ex-presidente ficará em isolamento total, em uma cela individual de 9 a 12 metros quadrados, equipada com chuveiro privativo, televisão e telefone fixo. Segundo informações do sistema prisional, ele poderá sair duas vezes ao dia para o pátio de exercícios e terá acesso restrito a atividades.
A defesa de Sarkozy já entrou com pedido de liberdade provisória, enquanto aguarda a análise dos recursos apresentados à Justiça francesa.
A decisão de iniciar imediatamente o cumprimento da pena, mesmo com o processo ainda em tramitação, é vista como um marco na política judicial do país, que tem endurecido o tratamento contra crimes de colarinho branco.
De acordo com uma pesquisa divulgada pela emissora BFM TV, 61% dos franceses apoiam a decisão de prender o ex-presidente, reforçando a mensagem de que “ninguém está acima da lei” — nem mesmo um ex-chefe de Estado.
