Robert Francis Prevost, nascido em Chicago em 14 de setembro de 1955, foi eleito novo líder da Igreja Católica nesta quinta-feira (8) e adotou o nome de Leão XIV. Ele se torna o primeiro papa nascido nos Estados Unidos, país de maioria protestante, a assumir a liderança do Vaticano.
Membro da Ordem de Santo Agostinho desde 1985, Leão XIV tem trajetória marcada por atuação internacional. Viveu por décadas no Peru, onde foi bispo de Chiclayo por nove anos, e obteve cidadania peruana em 2015. Em sua primeira fala pública, trocou o tradicional italiano pelo espanhol para agradecer à Diocese peruana onde trabalhou.
Prevost é formado em teologia pela União Teológica Católica de Chicago e em direito canônico pela Universidade de São Tomás de Aquino, em Roma. Serviu por dois mandatos como prior-geral dos agostinianos, com presença em cerca de 50 países. No Brasil, esteve em 2012 e 2013, visitando cidades como Guarulhos e Belo Horizonte.
Na quinta-feira (8/5), logo após o anúncio em Roma, começaram a circular pela internet antigos posts no X sob o nome de Robert Prevost com críticas ao ex-presidente Donald Trump e ao atual vice-presidente dos EUA, JD Vance. Entre os posts compartilhados por Prevost estão artigos criticando a política de imigração de Trump e a interpretação de Vance sobre o conceito católico de Ordo Amoris, usada pelo vice para justificar deportações. Há também publicações defendendo a reforma no controle de armas e o fim do racismo na sociedade.
Em sua trajetória, Leão XIV defendeu publicamente posições críticas à pena de morte e a políticas migratórias. Também já rebateu declarações de políticos conservadores norte-americanos sobre o cristianismo, afirmando, por exemplo, que “Jesus não nos pede para classificar nosso amor pelos outros”.
O novo papa fala cinco idiomas — inglês, espanhol, italiano, francês e português — e mantém perfil discreto, sendo descrito como moderado e reformista, alinhado ao legado de Francisco. No discurso inaugural, expressou gratidão ao seu antecessor e destacou os valores da vida comunitária inspirados em Santo Agostinho.
Durante sua carreira eclesiástica, Leão XIV foi criticado por suposta demora no encaminhamento de denúncias de abuso sexual no Peru, envolvendo dois padres. As acusações foram levadas ao Vaticano dois anos após terem sido recebidas, segundo reportagens de 2023.