O Bitcoin (BTC) está passando por um momento de grande turbulência nos mercados financeiros globais, resultando na maior perda semanal do maior ativo digital desde o colapso da exchange FTX em 2022. Na manhã desta segunda-feira (5), a criptomoeda sofreu uma queda de 15%, sendo negociada próximo de US$ 50.000 por volta das 8h. Nos últimos sete dias, o token registrou uma perda acumulada de 26%, a maior desde a falência da FTX.
Enquanto o Bitcoin enfrenta essas dificuldades, a segunda maior criptomoeda, Ethereum (ETH), também está lutando. O Ethereum caiu 22% nas últimas 24 horas, evidenciando um período de grande volatilidade no mercado de criptomoedas.
A recente pressão sobre as criptomoedas ocorre em meio a uma liquidação global de ações, particularmente nas Bolsas asiáticas. As preocupações sobre as perspectivas econômicas e a incerteza sobre se os investimentos pesados em inteligência artificial atenderão às expectativas estão pesando sobre os mercados. Além disso, o aumento das tensões geopolíticas no Oriente Médio está adicionando um elemento extra de nervosismo para os investidores.
Outro fator que contribui para a aversão ao risco é a recente alta dos juros no Japão. O Banco do Japão (BoJ) elevou as taxas de juros na semana passada e prometeu mais aumentos no futuro. Isso tem gerado preocupações entre investidores que costumavam se beneficiar do financiamento barato oferecido pelo Japão para investimentos em outros ativos. A alta dos juros pode resultar em uma redução da liquidez disponível, impactando negativamente os mercados de criptomoedas.
No início de agosto, os fundos negociados em bolsa de Bitcoin nos EUA experimentaram os maiores saques em cerca de três meses. Além disso, o Bitcoin caiu abaixo de seu preço médio móvel de 200 dias, um padrão técnico que, segundo Tony Sycamore, analista de mercado da IG Australia Pty, “abre caminho para uma retração mais profunda” em direção a US$ 54.000.
Entre as explicações para a queda do Bitcoin, estão fatores políticos, como a competição entre o pró-cripto Republicano Donald Trump e a Democrata Kamala Harris na corrida presidencial dos EUA. Também há preocupações sobre possíveis vendas de Bitcoin apreendidas por governos e o risco de um excesso de oferta de tokens devolvidos aos credores por meio de processos de falência.
A agitação nos mercados tradicionais também está alimentando expectativas de cortes nas taxas de juros dos EUA a partir de setembro, o que pode beneficiar o mercado cripto. Sean Farrell, chefe de estratégia de ativos digitais da Fundstrat Global Advisors LLC, argumenta que “uma política monetária menos restritiva ocorrer mais cedo do que tarde pode ser uma coisa boa para o cripto”.
Apesar da recente queda, o Bitcoin ainda tem um avanço acumulado de aproximadamente 25% no ano, em comparação com uma alta de 18% no ouro e um aumento de 9% em um índice de ações globais. No entanto, a volatilidade recente destaca a fragilidade e os riscos associados ao investimento em criptomoedas.