O Banco Central do Brasil expressou preocupação com a recente alta do dólar e seu impacto potencial na inflação, conforme divulgado na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Durante o encontro, realizado na semana passada, o Copom decidiu manter a taxa básica de juros, Selic, estável em 10,50% ao ano, marcando a segunda reunião consecutiva sem alteração.
A decisão do BC de manter a Selic inalterada reflete um momento de monitoramento atento, especialmente diante da valorização do dólar e do aumento dos gastos públicos, que têm influenciado as expectativas inflacionárias. O Banco Central afirmou que “não hesitará em elevar a taxa de juros” se necessário para garantir que a inflação se ajuste à meta definida.
O aumento do dólar nas últimas semanas foi um ponto central da discussão, com o BC destacando que movimentos persistentes na taxa de câmbio podem ter efeitos inflacionários significativos. O Comitê de Política Monetária ressaltou a necessidade de vigilância diante deste cenário desafiador e avaliou que ajustes na taxa de juros poderão ser considerados para assegurar a convergência da inflação às metas estabelecidas.
Além das preocupações com a moeda americana, o BC observou um impacto relevante dos gastos públicos sobre os preços dos ativos e as expectativas de inflação. As projeções para a inflação têm sido ajustadas para cima, com estimativas mais recentes apontando para uma inflação de 4,12% em 2024 e 3,98% em 2025, acima da meta central de 3%.
O Banco Central também destacou a importância de decisões de política monetária que preservem a credibilidade e reduzam os custos associados à desinflação. A instituição segue monitorando o cenário econômico global e doméstico, incluindo o impacto das reformas fiscais e a dinâmica do mercado de trabalho, que continua a mostrar maior dinamismo do que o esperado.
O BC reiterou que a condução da política monetária deve ser ajustada conforme as condições econômicas evoluem, com o objetivo de manter a inflação dentro dos limites estabelecidos e garantir a estabilidade econômica a longo prazo.