Desde o último fim de semana, a maior parte do Brasil está encoberta por uma densa camada de fumaça, resultado de um índice recorde de queimadas, principalmente na Amazônia. Segundo meteorologistas, a fuligem deve se espalhar ainda mais, atingindo até o fim da semana capitais da Argentina e do Uruguai.
A origem da fumaça está concentrada na região sul da Amazônia, incluindo os estados do Amazonas, Pará e Mato Grosso, além de incêndios na Bolívia. A Amazônia Legal registrou o maior número de focos de fogo em 19 anos. No entanto, o fogo também avança em outras regiões, como São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul.
Karla Longo, especialista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), explica que a área coberta pela fumaça já chega a quase 5 milhões de quilômetros quadrados, abrangendo cerca de 60% do território nacional. Com o calor e a ausência de frentes frias, a fuligem tende a continuar no país por tempo indeterminado.
O Sul do Brasil deve enfrentar o pior cenário, e, devido às correntes de vento, a fumaça será transportada para países vizinhos, como Uruguai e Argentina.
A qualidade do ar se deteriorou drasticamente, com mais de 200 cidades brasileiras enfrentando umidade do ar semelhante à de desertos, com níveis inferiores a 20%, dificultando a respiração e aumentando os riscos à saúde.