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Ozzy Osbourne, uma das figuras mais emblemáticas da história do rock, morreu nesta terça-feira (22), aos 76 anos. Conhecido como o “Príncipe das Trevas”, o cantor britânico lutava há anos contra a doença de Parkinson. A confirmação da morte veio através da família, em um comunicado emocionante: “É com mais tristeza do que meras palavras podem expressar que comunicamos que nosso amado Ozzy Osbourne faleceu esta manhã. Ele estava com sua família e cercado de amor”.
A despedida de Ozzy dos palcos aconteceu há apenas 17 dias, durante um show histórico em Birmingham, na Inglaterra — sua cidade natal. Na ocasião, o Black Sabbath realizou sua última apresentação, encerrando uma era que moldou as bases do heavy metal. Sentado em um trono negro no centro do palco, Ozzy, visivelmente fragilizado, emocionou o público com interpretações de quatro clássicos: War Pigs, N.I.B., Iron Man e Paranoid.
O evento reuniu cerca de 45 mil fãs no estádio em Birmingham e mais de 150 mil espectadores online. Aliás, a homenagem contou com participações de bandas influenciadas pelo Sabbath, como Metallica, Guns N’ Roses, Pantera, Slayer e Gojira.
Início sombrio e revolução musical
John Michael “Ozzy” Osbourne nasceu em 1949 e ganhou projeção mundial com o lançamento do disco Black Sabbath, em 1969. Ao lado de Tony Iommi (guitarra), Geezer Butler (baixo) e Bill Ward (bateria), o vocalista ajudou a criar a sonoridade sombria e pesada que viria a ser conhecida como heavy metal. Embora sua voz dividisse opiniões, ela se encaixava de forma perfeita ao som denso e inovador da banda.
Após oito álbuns com o Sabbath, Ozzy foi demitido do grupo em 1979, devido a problemas com drogas e álcool. Contudo, essa saída deu início a uma bem-sucedida carreira solo, marcada por seu primeiro álbum, Blizzard of Ozz (1980), que rendeu clássicos como Crazy Train, Mr. Crowley e Goodbye to Romance. No total, foram 13 discos solo, muitos deles com certificações multiplatina.
Entre lendas e polêmicas
Ozzy Osbourne também ficou conhecido por seu comportamento irreverente e episódios bizarros. O mais famoso deles foi quando, em um show, arrancou com os dentes a cabeça de um morcego que acreditava ser de brinquedo. O episódio rendeu uma corrida ao hospital para vacinação contra raiva.
A fama de “bad boy” contrastava com o carisma que demonstrava diante dos fãs. Isso porque o ícone do rock encerrava seus shows sempre com um “Deus abençoe vocês todos!”. Além disso, sua figura mítica se consolidou ao virar astro de reality show no início dos anos 2000 com The Osbournes, onde mostrava sua vida familiar caótica e divertida ao lado da esposa Sharon e dos filhos.
Além da música e da televisão, Ozzy também participou de 11 filmes, consolidando sua presença como ícone pop de alcance global.
Legado eterno
Mesmo com problemas de saúde nos últimos anos — incluindo cirurgias e o diagnóstico de Parkinson — Ozzy Osbourne seguiu sendo celebrado por músicos e fãs ao redor do mundo. Em 2013, reuniu-se novamente com o Black Sabbath para o disco 13. Desde então, participou de aparições pontuais com os antigos colegas.
Ozzy vendeu mais de 100 milhões de álbuns ao longo da carreira, somando os tempos de Sabbath e carreira solo. Em 2006, foi incluído no Rock and Roll Hall of Fame como membro do Black Sabbath, e permanece como uma das figuras mais influentes da história da música pesada.
