A família de Douglas Wilson Oliveira de Melo, de 43 anos, denuncia um grave caso de negligência no sistema público de saúde de Rio das Ostras. Segundo relatos que a filha do homem publicou nas redes sociais, ele está internado há 38 dias no Pronto-Socorro da cidade. O diagnóstico dele é de câncer no fígado e a família informa que ele está em estado “gravíssimo”.
Conforme relataram familiares, Douglas precisa de um transplante de fígado, algo que a unidade riostrense não poderia oferecer. Nesse sentido, a Justiça concedeu uma decisão determinando a transferência dele em até 48 horas. Apesar da ordem judicial, o paciente segue aguardando a remoção para uma unidade adequada.
De acordo com a família, a expedição do mandado ocorreu há mais de uma semana. A justificativa apresentada pelas autoridades seria a falta de leitos disponíveis na rede estadual de saúde. Enquanto isso, Douglas permanece em uma unidade que, segundo os familiares, não possui estrutura para oferecer o tratamento necessário. A situação estaria agravando o quadro clínico e o sofrimento da família.
“Esse vídeo não é só sobre o meu pai. É sobre todos os pacientes que estão sendo empurrados para a morte pelo sistema”, desabafou a filha em uma publicação nas redes sociais nesta quinta-feira (5). No texto, ela afirma que a Justiça foi desacatada e questiona: “Se a saúde pública é um direito, por que ela parece um privilégio?”
Ainda segundo a filha, o secretário municipal de Saúde teria ignorado o prazo judicial para a transferência e, até o momento, não apresentou justificativa oficial. A situação levou a família a fazer um apelo público, pedindo apoio da imprensa, de órgãos de fiscalização e da população.
Busca de respostas
Em busca de esclarecimentos, a reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Rio das Ostras e com a secretaria de Estado de Saúde do Rio. No e-mail enviado às instituições, foi solicitado um posicionamento oficial sobre o caso e explicações para o descumprimento da ordem judicial.