Entre janeiro e junho de 2024, São Paulo registrou 522 mortes em acidentes de trânsito, marcando o período mais letal desde 2015. Um relatório do Ipea revela que a alta velocidade, o consumo de álcool ao volante e a distração são alguns dos principais fatores de risco.
Em 31 de março, na Zona Leste de São Paulo, o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos, estava voltando para casa pela Avenida Salim Farah Maluf após uma jornada de trabalho, quando seu veículo foi colidido por um Porsche em alta velocidade. Ornaldo não sobreviveu aos ferimentos.
Em 20 de maio, em Barueri, Grande São Paulo, a massoterapeuta Maria Graciete Alves de Araujo, de 36 anos, retornava para casa em um mototáxi quando foi atingida por um carro de luxo em alta velocidade na Alameda Rio Negro, em Alphaville Industrial. O impacto causou graves lesões em sua perna, que teve que ser amputada.
No dia 13 de julho, em Guarulhos, Grande São Paulo, Ednaldo de Souza Mendes, de 41 anos, estava voltando para casa quando seu carro foi colidido de frente por outro veículo que havia ultrapassado em alta velocidade. Ednaldo foi socorrido e operado, mas não sobreviveu.
Ainda no dia 13 de julho, em Osasco, Grande São Paulo, uma motorista de um Audi de 28 anos perdeu o controle e colidiu contra cinco veículos parados em um semáforo no cruzamento da Avenida dos Autonomistas com a Rua Primitiva Vianco. Laís Paes, passageira do primeiro carro atingido, sofreu fraturas no fêmur. O carro do marido dela teve perda total.
Esses casos são apenas alguns dos muitos acidentes fatais ocorridos em São Paulo e na região metropolitana no primeiro semestre de 2024. De acordo com informações da TV Globo obtidas com o Detran, a capital paulista registrou 522 mortes em acidentes de trânsito entre janeiro e junho de 2024, um aumento de mais de 30% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram registradas 398 mortes. Este é o período mais letal desde 2015.
Na Grande São Paulo, segundo dados da plataforma Infosiga, 850 pessoas perderam a vida entre janeiro e maio de 2024, representando um aumento de 32% em comparação ao mesmo período de 2023, quando houve 646 mortes. Os primeiros cinco meses de 2024 são os mais mortais dos últimos seis anos na região metropolitana.
O que está por trás desse aumento nos acidentes fatais e graves? Quais são as razões desse crescimento nos últimos seis anos? E como podemos prevenir que a taxa de mortalidade continue a subir?