O Centro Pop de Araruama, unidade de referência para a proteção de pessoas em situação de rua, foi alvo de denúncias envolvendo tentativa de estupro, estrutura precária e falta de vagas nesta terça-feira (7).
A unidade, em funcionamento há uma década, tem sido descrita como uma “casa de passagem”, onde os indivíduos recebem assistência até às 17h e são obrigados a deixar o local, passando a noite nas ruas. No entanto, desde a inauguração do Sítio Nova Vida, em São Vicente, no ano passado, a perspectiva dos assistidos mudou.
Prometendo trabalho e moradia para aqueles sem lar, o Sítio Nova Vida tornou-se uma “promessa não cumprida”, de acordo com as denúncias. Com capacidade para 40 pessoas, a unidade supostamente atende apenas 15, impondo critérios rígidos, como comprovar residência em Araruama há pelo menos dois anos.
Relatos indicam que a burocracia resulta em uma lista de espera extensa, com critérios considerados absurdos. Além disso, a assistência prestada pelo Centro Pop é descrita como inadequada, com condições precárias, incluindo um banheiro interditado há um mês. Os assistidos são obrigados a realizar suas necessidades nas ruas e tomar banho em conjunto, homens e mulheres.
A situação se agrava com relatos de uma tentativa de estupro, onde uma mulher em situação de rua teria sido vítima ao compartilhar o banho com homens. Outros relatos mencionam a falta de itens básicos de higiene, como sabonete e absorvente, além de discriminação por parte dos funcionários.
Doações destinadas ao Centro Pop também são questionadas, com alegações de que os melhores itens são desviados para os funcionários, deixando apenas roupas em condições precárias para os assistidos. As denúncias ressaltam que são os próprios indivíduos em situação de rua que limpam o local, evidenciando uma situação de negligência e falta de cuidado por parte da administração da unidade.
