PF apreende esmeraldas milionárias e arsenal em mansão de influenciador preso por lavagem de dinheiro

Por Redator CIC7 - Rio Janeiro

Publicado há 2 semanas ago

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Operação Narco Bet revela elo entre apostas online, criptomoedas e tráfico internacional de drogas

A Polícia Federal apreendeu duas pedras preciosas certificadas como esmeraldas milionárias na residência do influenciador digital Bruno Alexssander Souza Silva, conhecido como Buzeira, durante a Operação Narco Bet, deflagrada na manhã desta terça-feira (15). O material foi encaminhado para perícia, que irá determinar o valor e a origem das gemas.

Buzeira foi um dos 11 presos na ação que mira um esquema internacional de lavagem de dinheiro e tráfico de drogas, com ramificações em empresas de apostas online e movimentações com criptomoedas. A operação teve apoio da Polícia Criminal Federal da Alemanha e é um desdobramento da Operação Narco Vela, deflagrada em abril após a apreensão de quatro toneladas de cocaína em um veleiro brasileiro na costa da África.


R$ 19 milhões em repasses suspeitos

As investigações apontam que Buzeira teria recebido mais de R$ 19 milhões do empresário Rodrigo de Paula Morgado, apontado como o “operador logístico-financeiro” da organização criminosa. Segundo a PF, Morgado controlava uma rede de empresas de fachada e atuava como um “banco particular” para o grupo, movimentando mais de R$ 313 milhões entre 2019 e 2024, incluindo cerca de R$ 100 milhões em criptoativos.

Entre os métodos usados para dissimular os valores estavam contratos fictícios, criação de holdings, notas fiscais frias e licenças de apostas eletrônicas em plataformas como BRX.BET e RICO.BET, ambas ligadas ao influenciador.


Apreensões milionárias

Durante o cumprimento dos mandados, a PF localizou na mansão de Buzeira, em Igaratá (SP), um arsenal de armas, incluindo fuzis, pistolas e equipamentos táticos. O material estava escondido em um cômodo de difícil acesso, descrito pelos agentes como um bunker.

Apesar de o influenciador possuir registro como CAC (colecionador, atirador e caçador), as armas não serão devolvidas por enquanto. A residência, avaliada em R$ 18 milhões, foi uma das dezenas de propriedades e bens de luxo apreendidos pela PF — entre eles carros importados, aeronaves, jet-skis, relógios e dinheiro em espécie. Ao todo, os bens bloqueados ultrapassam R$ 630 milhões.


Defesas negam irregularidades

Em nota, o advogado Jonas Reis, representante de Buzeira, afirmou que não há provas de envolvimento de seu cliente em atividades ilícitas e classificou como “precoces” quaisquer julgamentos. Ele defende que o influenciador “atua de forma transparente nas redes sociais e possui renda lícita”.

Já o advogado Felipe Cassimiro, que representa o também influenciador Tacio Costa (T10) — outro investigado, junto da esposa Ingrid Ohara —, argumentou que as transações financeiras com Morgado eram de natureza contábil e não têm relação com o tráfico de drogas.


Elo com o PCC e tráfico marítimo

As investigações também indicam ligação entre o grupo e o Primeiro Comando da Capital (PCC). De acordo com a PF, a Narco Bet é um desdobramento direto da Operação Narco Vela, que identificou o envolvimento de membros da facção no tráfico marítimo internacional de cocaína.

As apurações mostraram que Rodrigo Morgado teria participado da compra do veleiro Lobo VI, usado para transportar drogas, e atuava na contabilidade de empresas associadas ao esquema. Mensagens interceptadas mostram tratativas milionárias entre Morgado e Buzeira, incluindo a compra de imóveis, lanchas e itens de luxo pagos diretamente com recursos de origem suspeita.


Próximas fases e cooperação internacional

A Polícia Federal informou que novas fases da operação estão previstas, inclusive fora do país. Autoridades alemãs já identificaram um alvo foragido na Europa. Os investigados poderão responder por lavagem de dinheiro, associação criminosa e tráfico internacional de drogas.

Apesar das negativas, a PF sustenta que o volume das transações e a estrutura empresarial montada pelos envolvidos demonstram fortes indícios de um esquema financeiro sofisticado, que utilizava a popularidade de influenciadores digitais para dar aparência de legalidade aos lucros do tráfico.

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