Íris Ferreira Rodrigues, de 25 anos, foi encontrada morta dentro de casa em Águas Formosas, no Vale do Mucuri, na última sexta-feira (14/11). A jovem havia sido alvo, um dia antes, de mandado de busca e apreensão na nova fase da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, que apura fraudes que teriam causado prejuízo superior a R$ 6 bilhões a aposentados e pensionistas do INSS.
O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal de Teófilo Otoni, que ainda não concluiu o laudo técnico com a causa da morte. A Polícia Civil de Minas Gerais segue acompanhando o caso.
Íris era dona da Ferreira Rodrigues Credi Agro Consultoria Ltda e vinha sendo investigada por sua ligação com o presidente da Conafer (Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores), Carlos Roberto Ferreira Lopes, que teve prisão decretada, mas não foi localizado pela PF. Segundo a confederação, ele deve se apresentar às autoridades.
Duas pessoas próximas à jovem relataram que Íris já trabalhou na Conafer e que mantinha proximidade com Carlos Lopes. Elas também afirmaram que o patrimônio da empresária cresceu rapidamente nos últimos anos e que, antes de retornar a Minas Gerais, ela chegou a morar em uma mansão no Jardim Botânico, em Brasília.
A empresa de Íris, aberta em dezembro do ano passado em Teófilo Otoni, possui capital social declarado de R$ 200 mil. O e-mail de contato registrado nos documentos empresariais é o mesmo utilizado pela Conafer. Nas redes sociais, a jovem mostrava rotina entre Brasília e Minas e se identificava como indígena da etnia Maxakali, originária de Machacalis, cidade onde vive grande parte de sua família.
A Conafer está no centro das investigações da Polícia Federal. Documentos do inquérito apontam crescimento expressivo da entidade, que passou de R$ 350 mil em descontos em folha de aposentados e pensionistas em 2019 para mais de R$ 202 milhões em 2023.
