Uma técnica de enfermagem do bairro Recanto das Dunas, em Cabo Frio, registrou diversas ocorrências alegando agressões, ameaças e conflitos envolvendo a mãe, a irmã e o companheiro da mãe. Os episódios, iniciados no dia 10 de novembro, estão sob análise da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM).
O primeiro registro aconteceu após a chegada de uma guarnição da Polícia Militar chamada pela mãe e pelo companheiro dela, que alegavam suspeita de furto na residência onde a técnica já havia morado. De acordo com o relato dos policiais, não foram encontrados indícios de crime no local.
Logo depois da ação da PM, a técnica afirma ter recebido um empurrão pelas costas, episódio que a levou a procurar atendimento médico. O Boletim de Atendimento Médico confirmou lesão compatível com agressão, posteriormente ratificada por exame de corpo de delito.
Ainda no mesmo dia, segundo a vítima, o homem retornou ao quintal da residência, realizou filmagens e fez provocações, mesmo já tendo sido citado no registro policial. A técnica declara que ele comparece ao local repetidamente, causando novos conflitos.

O quintal onde ocorreram os fatos passou por divisão física recente, o que, segundo a vítima, ampliou a disputa pelo acesso a áreas como a cisterna e a estrutura hidráulica da casa. A técnica afirma que, em outro momento do mesmo dia, voltou a ser agredida pelo homem e que, mesmo após novo acionamento da polícia, ele teria retornado ao local e feito ameaças.
Em ocorrência distinta, ela acionou o 190 relatando ameaças simultâneas feitas pela mãe, S., pela irmã, V., e pelo mesmo homem. Apesar do laudo médico já apontar lesão anterior, afirma que o trio continuou tentando intimidá-la.
A técnica também relata que a mãe e a irmã possuem medidas protetivas contra ela, que, segundo seu depoimento, vêm sendo usadas para pressioná-la a deixar a residência onde mora desde 2012, imóvel de propriedade do pai.
Ela afirma ainda que a mãe não reside mais na casa e teria se mudado para o Centro de Cabo Frio, utilizando o endereço anterior apenas durante as disputas familiares.
Outro ponto relatado pela vítima diz respeito ao fato de o homem citado como agressor ser servidor público no Terminal Transatlântico de Cabo Frio. Segundo ela, isso gera preocupação sobre eventual influência no andamento do caso. A técnica solicitou medida protetiva, ainda não concedida.
O caso inclui registros policiais, laudos médicos e vídeos encaminhados à DEAM de Cabo Frio. A Delegacia da Mulher deve ouvir novamente todos os envolvidos antes de decidir sobre medidas protetivas, indiciamentos ou demais procedimentos cabíveis.
